Nudez da alma
- Mutuamente

- 10 de mai. de 2018
- 1 min de leitura

Eu tenho dificuldade de conhecer pessoas novas. Me sinto aflita e incomodada. É uma situação que você precisa saber muito bem como se mover, agir, onde é confiável adentrar com passos seguros, já que é um ambiente totalmente novo.
Mas a partir do momento que conheço melhor essa pessoa, esse universo singular, é um prazer. Saber suas preferências ou indiferenças, sua posição sobre temas, me sentir confortável para falar sobre qualquer coisa ou confortável o suficiente para não falar nada, ficar em silêncio apreciando a presença.
A intimidade é a nudez da alma. É quando você se sente segura de se despir de máscaras ou defesas e se deixar a mostra, falando de todas as suas verdades e inseguranças. Mas você só consegue esse conforto da verdadeira intimidade quando ambos deixam suas máscaras caírem.
Tentar percorrer sem armas e sem escudos num ambiente escorregadio, sombrio, onde você não sabe se há inimigos nos arbustos prontos para te atacar, é sufocante. Você anda por todo o caminho ofegante com o coração batendo forte, no medo de vultos saltarem da dobra na esquina.
Lidar com pessoas que tiram a máscara, mas não desamarram a venda dos olhos, deixam parte do rosto encoberto, mas sempre sorriem amigavelmente para tomar sua confiança, é ter batalhas diárias e se cansar corriqueiramente.
Às vezes, a melhor opção é não entrar no ambiente. Pegar um atalho. Contornar o caminho. Dá meia volta. Buscar outros terrenos para explorar.



Comentários