Hoje, empatia... [DESABAFO]

Já me julguei como uma pessoa extremamente sentimental, cheguei a achar que era errado, cheguei a achar que eu era uma pessoa estranha e errônea e de fato problemática por sentir tanto, por me importar tanto com sentimentos, bons ou ruins. Fiquei por muito tempo chorando, porque me importava demais com as pessoas que estavam ao meu redor, tentava fazer de tudo para que elas se sentissem bem, lutei e lutei, para botar um sorriso no rosto dessas pessoas, porém, passava certo tempo eu já não tinha mais forças para conseguir fazer as pessoas sorrirem, eu precisava de ajuda e não percebia, por causa disso, fui julgado de muitas coisas, de falso, de não ser o que as pessoas esperavam que eu fosse e por muito tempo eu acreditei nisso, chegava a enfatizar essas opiniões... sim eu me menosprezava, jogava meu orgulho no chão, porque eu realmente achava que era certo.

Demorei, não, na verdade levei o tempo necessário para perceber que sou uma pessoa extremamente empática, por um lado, também é um problema, por outro um sentimento essencial que cada pessoa deveria ter na vida. Acordei, me vi de um lado que nunca me enxerguei que fosse, tão diferente e então passei a por em prática minha empatia, deu certo, mas não por muito tempo, a empatia estava presente em mim, era legal, muito daora, mas eu continuava me sentindo triste depois de um tempo, esperava muito aquilo que chamam de reciprocidade mútua... não tinha, parece que não existia, eu sentia que as pessoas se aproveitavam da minha bondade, se aproveitavam da minha empatia para acalentar seus próprios sentimentos e quando chegava no tempo que eu já não me sentia tão bem e essas pessoas percebiam, elas desistiam, começavam a me ver como uma pessoa problemática que eu temia que fosse, porque elas viam que quase não conseguia mais faze-las sorrir, elas estavam tristes, com problemas e queriam que eu fizesse elas ficarem melhor e eu não conseguia porque já tinha me entregado – foi isso, percebi, eu me entregava demais e depois não tinha o retorno que tanto esperava...

Hoje, empatia tornou-se diferente ao meu ver, continuo tendo, entretanto, não da mesma maneira. Depois que me falaram que eu tinha que fazer mais coisas por mim, me perguntei “como assim, fazer coisas por mim? Eu faço coisas para mim...“, ressaltaram “não, você não faz...”, parei para pensar e não conseguia enxergar isso e então procurei ajuda, me senti corajoso em fazer isso, fui ao psicólogo, logo de primeira depois de ter falado do que estava acontecendo, ele me pergunta “o que você gosta de fazer, que você se sente bem? “, meus olhos se encheram de lágrimas porque eu realmente não sabia... cara eu não sabia o que eu gostava de fazer, não sabia o que fazia me sentir bem, logo comecei a reparar mais em mim, nos meus esforços, nas coisas que eu tanto lutava e fazia para alguém ou para qualquer outra coisa, velho eu faço muita coisa, eu sou uma puta pessoa esforçada, corro atrás, ajudo, estou sempre atento, sou atencioso e NUNCA, achei que eu era tudo isso.

Hoje, empatia não quer mais dizer que é obrigação minha, é só se precisar realmente, falo no sentido de sentir sentimentos desnecessários que outras pessoas estão sentindo, a maior empatia que tenho hoje é por mim. Eu preciso disso, as pessoas precisam disso, se respeitar, tanto o tempo, seus sentimentos, precisamos nos olhar e então acreditar, que só depende da gente e não vai ser ninguém que vai te ajudar quando você precisar, ninguém tem obrigação disso, se você precisar realmente de ajuda, vá atrás, isso não é se desmerecer, é um ato corajoso e eu que nem te conheço já te admiro porque sei que vai começar a fazer isso, se quiser ajuda, estou aqui, farei meu possível por você, mas isso se você me permitir, isso você é quem tem que permitir. A maior empatia, a mais sensata e possível é a empatia que temos conosco, ligar para o que sentimos, fazemos ou deixamos de fazer, olhar para dentro de si e enxergar que também tem sentimentos, que não somos robôs e nem boneco de ninguém para ser usado, acredite, você é maior do que imagina, você é maior do que falam que você não é, as pessoas não sabem o que você passou para conseguir sorrir e ninguém sabe, só vai saber se você contar obviamente kkkkk mas é isso, tenha empatia por si mesmo!

Ass.: Matheus Oliveira