Página em Branco

Uma página em branco.

Para uns não representa nada além de um material inanimado de serventia para escrever, talvez escrever uma atividade para casa, um cálculo matemático... e ai a folha em branco passa a ser negativa.

Para um bom criativo a página em branco tem tantas possibilidades que o enchem de ansiedade. Não lembro de uma vez que eu tenha olhado a vastidão branca (ou as vezes amarelada) de uma página e de pronto não pensar em qual desenho transferir para ali, ou que emoções descrever, ou copiar uma letra de música que não saia da cabeça, uns simples rascunhos para enfeitar, listas de metas e objetivos, ou quem sabe apenas fazer ali um jogo da velha, ou uma dobradura. São tantas possibilidades que me parece impossível resistir a um caderno sem pauta em branco.

Aaaaah, os sketch-books! Tão vazios e ao mesmo tempo tão cheio de vida.

E então, de tal forma, que comecei a ver a vida. Quando tudo desmoronou, e os pensamentos esbranquiçaram, o coração se desfez a pó, a força ficou vazia e o que sobrou foram os pensamentos de derrota.

Me desfiz. Me esvaziei.

Virei uma página em branco cheia de nada. Lhe parece triste? Para mim também pareceu, mas não foi.

Assim que me diminui a zero, pude recomeçar. Vi o mundo que antes não via, vi uma pequena esperança que me fez sorrir, vi uma gama de possibilidades que preencheram de volta meu coração, me explodiu de ansiedade, e eu virei um sketch-book, cheio de rascunhos, ideias, cores, planos, e sempre... vida!

Ass.: Gabi